domingo, 23 de fevereiro de 2014

Mário Lopes Amorim (CHTS / PPGTE-UTFPR)

Possui graduação em História pela UFPR (1985), mestrado em História pela UFPR (1992) e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (2004). Actualmente é professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino Profissionalizante, actuando principalmente nos seguintes temas: história do ensino técnico, escola de aprendizes artífices do Paraná, ensino profissional, educação profissional e ensino médio.

Luiz Ernesto Merkle (CHTS / PPGTE-UTFPR)

Luiz Ernesto Merkle é professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Atua no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE), nos cursos de mestrado e doutorado em Tecnologia e Sociedade, onde suas pesquisas estão voltadas para as relações entre a Sociedade e a Informática, com interesse particular na fundamentação destas relações, no design de interação, nas tecnologias e culturas livres e abertas. Participa do grupo de Pesquisa em Ciências Humanas, Tecnologia e Sociedade (CHTS), e do Programa de Educação Tutorial Computando Culturas em Equidade. (PET-CoCE). Possui doutorado em Ciência da Computação pela Western University, Ontario, Canadá; mestrado e graduação pela UTFPR, então Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET-PR).

Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/2227304067293085

Gilson Leandro Queluz (CHTS / PPGTE-UTFPR)

Possui graduação em História pela Universidade Federal do Paraná (1989) e mestrado em História pela Universidade Federal do Paraná (1994). Realizou doutorado sanduíche no Departamento de História da University of Delaware (1998-1999) e concluiu o doutoramento em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em 2000. Realizou estágio pós-doutoral em Política Científica e Tecnológica na Unicamp (2009). Actualmente é professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná no Departamento de Estudos Sociais e no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE) da UTFPR. É vice-presidente da ESOCITE.BR (Associação Brasileira de Estudos Sociais das Ciências e das Tecnologias). Foi coordenador do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, entre 2004 e 2008. Tem experiência na área interdisciplinar, com ênfase em história da tecnologia e estudos em ciência, tecnologia e sociedade, actuando principalmente nos seguintes temas: representações de tecnologia no pensamento político brasileiro nas primeiras décadas do século XX; pensamento latino-americano em Ciência, Tecnologia e Sociedade.


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Sessão 'Revisitar Michael Polanyi'

25 Março de 2014:
Revisitar Michael Polanyi: o passado e o presente da 'República da Ciência'

Mesa Redonda c / Gilson Leandro Queluz, Mário Lopes Amorim, Luiz Ernesto Merkle.


Breve introdução
Michael Polanyi (1891-1976)
Michael Polanyi (1891-1976) nasceu judeu húngaro, numa família de classe alta, formando-se pela Universidade de Budapest. Passará à Alemanha (Karlsruhe e Berlim), acabando por emigrar para a Grã-Bretanha devido à ascensão de Hitler. Figura que deixou contribuições em várias áreas, da física e química à economia e à filosofia. Fará carreira na Universidade de Manchester e será professor visitante em diversas universidades (eg Chicago, Stanford, Oxford). Conhecido pelos seus contributos para a filosofia da ciência, nomeadamente por ter teorizado sobre o conceito de conhecimento (tácito, explícito ou codificado, nomeadamente em Personal Knowledge: Towards a Post-Critical Philosophy (1958). Foi também protagonista num debate importante sobre a liberdade da comunidade científica, polemizando com J. D. Bernal durante os anos 30 e 40, contra as lógicas de organização da ciência, publicando inclusive uma série de artigos em The Contempt of Freedom (1940) e em The Logic of Liberty (1951). Irmão de Karl Polanyi, autor do célebre estudo The Great Transformation. The Political and Economic Origins of Our Time (1944). 
Michael Polanyi foi assim um químico proeminente, importante filósofo e sociólogo da ciência na história do pensamento ocidental – embora algo esquecido nos tempos que correm. Vem aliás já noutro contexto histórico e cultural a primeira tradução em português da sua obra (Eduardo Beira, 2013). As circunstâncias do seu pensamento são diferentes ontem e hoje. No passado o peso da história teve sem dúvida uma influência assinalável nas suas posições. Tanto o contexto histórico como o cultural alteraram-se dramaticamente. A onda neoliberal, cavalgando as últimas reminiscências da identidade europeia, bem como a assunção generalizada dos pressupostos e princípios de uma globalização anglo-saxónica, vem ameaçar o edifício da ciência ocidental na sua matriz cultural europeia. Na história da ciência, Polanyi é sobretudo referido pelos historiadores como individualidade que polemizou com John Desmond Berna, deixando crítica contra o planeamento / ‘planificação’ central de todo o género, incluindo a área da investigação científica e tecnológica – Polanyi, aliás, opunha-se à visão científica do materialismo dialéctico e do regime soviético. Destacou-se no debate público por se posicionar como um defensor da liberdade científica, esse espírito livre de inquirição, e do auto-governo da ciência, essa capacidade de auto-regulação que os mecanismos da República da Ciência proporcionariam, nomeadamente por via de uma avaliação entre pares assente no critério do interesse científico. Polanyi veio então, no significativo contexto dos anos 30 e depois no segundo pós-guerra, alertar senão mesmo denunciar uma mudança na opinião pública relativamente à visão que prevalecia sobre a ciência e o conhecimento de uma maneira geral. Assume então uma posição pelo amor ao conhecimento per si, pela busca da verdade, e denunciando a postura de utilidade perante o conhecimento, defendendo que as considerações “utilitaristas” não cabiam nas preocupações do verdadeiro cientista – configurando-se nele aquela que permanecerá para muitas gerações a posição clássica da 'torre de marfim'.
 

Leitura obrigatória
  • POLANYI, Michael, 2013. Ciência e Tecnologia. Uma selecção de textos, tradução de Eduardo Beira, IN+ Center for Innovation, Technology and Public Policy, Inovatec (Portugal).
Bibliografia adicional
  • BERNAL, John Desmond, 1939. The Social Function of Science, Routledge, 1946 (1.ª ed. 1939).


Formato:
Breves intervenções de 5-10 minutos, seguindo-se debate alargado.
Duração 2 horas.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Celestino da Costa

Tiago Brandão, Augusto P. Celestino da Costa (1884-1956): Notas de uma Experiência na Administração da Ciência em Portugal




Celestino da Costa discursando em 1956

Resumo:
 
Celestino da Costa teve uma ação marcante durante a primeira metade do século XX (n. 16.04.1884 – † 26.03.1956) sobretudo pela posição chave que ocupou na ciência e na medicina portuguesas. Professor de cátedra em histologia e embriologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Augusto Pires Celestino da Costa desempenhou alguns cargos oficiais, ao longo da sua carreira, simultaneamente acadêmica, científica e pública. Entre os quais, destaque-se a direção do Instituto de Histologia e Embriologia, onde fez escola científica, e, igualmente, a presidência da Comissão Executiva da Junta de Educação Nacional (1934-1936) e, depois – a partir de 1936 – da Direção do Instituto para a Alta Cultura (1936-1942), assumindo importante papel nos primórdios das políticas de ciência no Portugal Contemporâneo. 
Fruto da sua ação no seio desses organismos, em que desempenhara já um papel para a própria criação deste gênero de agências de ciência, Celestino da Costa deixou importantes documentos de política científica, em que se abordam questões como a criação de uma carreira de investigador – independente, do ponto de vista administrativo e científico, da carreira acadêmica –, a modernização dos espaços de investigação (ie infraestrutura científica) ou ainda importantes aspectos acerca da relação entre ensino superior e investigação científica. 
Celestino da Costa deixou extensa obra advogando uma ampla e profunda reforma educativa, reforma que tinha como eixo central a implantação de hábitos de investigação científica, sintonizando a comunidade científica nacional com os desenvolvimentos e círculos da ciência internacional. O seu projeto reformador tinha, como tela de fundo, o intuito de uma reforma intelectual e um papel central na mudança da mentalidade nacional e, deste modo, de uma revolução cultural na linha do que defenderam setores da intelectualidade portuguesa pelo menos desde a Geração de 70.

 Data: 15 de Abril de 2014.

  Leitura obrigatória 
  • COSTA, Augusto Celestino da, 1951. Fomento e Organização da Investigação Científica. O Caso Português. Ciência e Cultura, v. 3, n.º 3, pp. 194-207.

Bibliografia adicional
  • COSTA, Jaime Celestino da, 2000. A Geração Médica de 1911. Origem, Realização e Destino. Lisboa: Faculdade de Medicina.
  • COSTA, Augusto Celestino da, 1939. O problema da investigação científica em Portugal. Relatório Instituto de Alta Cultura. Lisboa: IAC.
  • COSTA, Augusto Celestino da, [1918]. A Universidade Portuguesa e o Problema da sua Reforma. Conferências feitas em 19 e 22 de Abril de 1918 a convite da “Federação Académica de Lisboa”. Porto. Anais. Porto: Tip. “Renascença Portuguesa”, [s. d.].
  • COSTA, Augusto Celestino da, [1945]. Ensino Superior e Investigação Científica. Conferência realizada em 5 de Fevereiro de 1945 na Escola Superior de Medicina Veterinária. Lisboa. Anais. Lisboa: Tip. Freitas, [s. d.].

Leite Pinto

Tiago Brandão, Francisco de Paula Leite Pintoos Pressupostos da 'Política Científica Nacional' em Portugal


Leite Pinto discursando em 1967, enquanto presidente da JNICT
Resumo: 
 
Foi personalidade central na comunidade científica salazarista, assumindo-se como um reformista dentro do regime. Pelo seu pensamento e acção, deve ser visto como uma figura central na promoção de uma política científica em Portugal. Possui um visão à época actualizada,  procurando conciliar elementos do integralismo salazarista e do humanismo cristão num humanismo científico que incorporava já diversas racionalidades tecnocratas. Defendia uma modificação no sentido da educação, incluindo a reforma da própria Universidade. Personalidade voluntarista, esteve igualmente por detrás de diversas iniciativas de institucionalização da ciência e da política científica, no quadro do Estado Novo português. No processo de criação da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica (1967, JNICT), por exemplo, é de destacar a sua acção, que já tinha influenciado a criação da Junta de Energia Nuclear (JEN) e estivera também ligado, desde longa data, ao Instituto de Alta Cultura (IAC). Leite Pinto revela-se, com frequência, alguém preocupado com a promoção da investigação científica e do desenvolvimento tecnológico, designadamente a partir da questão da formação e selecção das elites.
 
Leitura obrigatória
  • PINTO, Francisco de Paula Leite, 1968. O Papel da Universidade na Formação dos Dirigentes. Palestra proferida no I Colóquio para Dirigentes Superiores da Administração Pública - 13 a 17 de Maio de 1968. Análise Social, vol. VI, n.º 22-23-24, p. 599-638.
  • PINTO, Francisco de Paula Leite, 1967. Investigação Científica e Tecnológica. Discursos proferidos no acto de posse do Presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, Prof. Eng.º Francisco de Paula Leite Pinto, no Palácio de S. Bento, em 22 de Julho de 1967.

Bibliografia adicional
  • SNOW, Charles P., 1961 (1.ª ed. 1959). The Two Cultures. Cambridge: Cambridge University Press.
  • JASPERS, Karl, 1959. The Idea of the University. Beacon Hill, Boston: Beacon Press.

Painel – 4S & ESOCITE, Buenos Aires 2014

Call for Papers (CfP) 

4S / ESOCITE 2014 (Buenos Aires, 20-23 de Agosto)

http://www.4sonline.org/meeting

Painel: Pensamento Iberoamericano em Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento
http://www.4sonline.org/open_sessions 


Deadline para submissão de trabalhos: 3 de Março de 2014.

Justificação / relevância
É comum afirmar-se que, na história das instituições e das políticas – nomeadamente ao nível do Estado e dos aparelhos de governação –, encontramos sempre os homens, o voluntarismo das personalidades e a influência da acção individual. Com efeito, reconhecer o lugar das ideias e dos actores na orientação das políticas, especialmente na tradição iberoamericana, aponta à necessidade de conhecer as individualidades, o respectivo pensamento e a substância não só intelectual mas cultural e socioeconómica das suas decisões.  É, também, apontar para o enraizamento destas ideias e atores em  coletivos de práticas sociais.
Na história e na compreensão das políticas, como das próprias instituições, existe de facto um lugar para a percepção dos contextos socioeconómicos e das idiossincrasias culturais, uma percepção que é central para a explicação dos mecanismos de veiculação das narrativas, mecanismos não só explicativos das identidades / especificidades como do isomorfismo que pervasivamente influencia a própria orientação, evolução e rupturas das políticas e das instituições.
Em consonância, o objetivo deste painel é compreender e situar importantes contribuições do pensamento individual, em seu contexto histórico de produção coletiva do conhecimento, em Ciência, Tecnologia e Sociedade, para qualificar e orientar o debate sobre as relações entre C&T e Desenvolvimento, em diferentes regiões e realidades socioeconómicas. Inclusive na orientação ou na oposição, de políticas públicas, mormente nas políticas científicas e tecnológicas das nações, captando as semelhanças e especificidades nos enredos políticos e sociais da promoção, organização, administração e contestação da C&T.
Coordenadores
  • Gilson Leandro Queluz (PPGTE-UTFPR)
  • Renato Dagnino (DPCT-UNICAMP)
  • Maria Fernanda Rollo (IHC, FCSH-UNL)
  • Carolina Bagattolli (PPPP-UFPR)
  • Tiago Brandão (IHC, FCSH-UNL)
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Painéis ESOCITE / 4S
 Quinta-feira dia 21 de Agosto de 2014

PaineI 074
Pensamento Iberoamericano em Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento (I)

Sessões
Das 14:00 às 16:00 horas
Sala Dalí

Moderador
Gilson Queluz,
Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR / Brasil)
Co-Moderador 
Tiago Brandão, Instituto de História Contemporânea (FCSH, Universidade Nova de Lisboa / Portugal)

Participantes:

1. From Bariloche 1976 to Rio 92: the basic needs approach to sustainable development 
Por Rosana Icassatti Corazza (DPCT / Unicamp) e Paulo Sérgio Fracalanza (Unicamp)

2. Análisis de relaciones entre legos y expertos en lo rural 
Por Juan Carlos Ruiz-Urquijo (Uniagraria)

3. Buscando la autonomía tecnológica. Aportes de la ELAPCYTED
Por Romina Gabriela Amaya Guerrero (Universidad Nacional de Quilmes / CONICET)

4. Curitiba's Public Transport and The (Im)possibilities of Democratization of Technology
Por Suelen Christine Caviquiolo (PPGTE / UTFPR) e Gilson Leandro Queluz (PPGTE / UTFPR)

5. Estilo de vida y valores de estudiantes universitarias del Perú
Por Ayme Gabriela Buitron (Universidad Peruana Cayetano Heredia - UPCH) e Luz Mery Carbajal (UPCH)

6. La cultura de los salvajes tecnológicos. Tecnología y cultura para el pensamiento desarrollista costarricense (1949-1983)
Por David Chavarría Camacho (Universidad de Costa Rica) 



Painel 087
Pensamento Iberoamericano em Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento (II) 

Sessões
Das 16:30 às 18:30
Sala Dalí

Moderadores
Renato Peixoto Dagnino, Universidade Estadual de Campinas (DPCT / Unicamp / Brasil)
Co-Moderador
Maria Fernanda Rollo, Instituto de História Contemporânea (FCSH, Universidade Nova de Lisboa / Portugal)

Participantes:

1. Tecnologias e Utopias no Pensamento Anarquista Brasileiro (1900-1935) 
Por Gilson Leandro Queluz (PPGTE / UTFPR)

2. O Desenvolvimentismo de Pinto e Guerreiro Ramos e o Neodesenvolvimentismo 
Por Ricardo Afonso Ferreira de Vasconcelos (PPGTE / UTFPR) e Mario Lopes Amorim (PPGTE / UTFPR)
 
3. Pensando los vínculos entre ciencia, tecnología y desarrollo en Latinoamérica: las ideas de Osvaldo Sunkel 
Por Eliana Arancibia Gutierrez (UNAM) e Daniela Pinheiro (Unicamp)

4. Repensando Desenvolvimento Local e o Problema das Cidades Orientadas ao Mercado 
Por Márcio Moutinho Abdalla (Universidade Federal Fluminense) e Alexandre Faria (FGV-EBAPE)
 
5. La ciencia en cuestión en la Argentina. Ejes de un debate de principios de los años 70 
Por Adriana Feld (CONICET - UNQ - U. Maimónides)