terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Celestino da Costa

Tiago Brandão, Augusto P. Celestino da Costa (1884-1956): Notas de uma Experiência na Administração da Ciência em Portugal




Celestino da Costa discursando em 1956

Resumo:
 
Celestino da Costa teve uma ação marcante durante a primeira metade do século XX (n. 16.04.1884 – † 26.03.1956) sobretudo pela posição chave que ocupou na ciência e na medicina portuguesas. Professor de cátedra em histologia e embriologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Augusto Pires Celestino da Costa desempenhou alguns cargos oficiais, ao longo da sua carreira, simultaneamente acadêmica, científica e pública. Entre os quais, destaque-se a direção do Instituto de Histologia e Embriologia, onde fez escola científica, e, igualmente, a presidência da Comissão Executiva da Junta de Educação Nacional (1934-1936) e, depois – a partir de 1936 – da Direção do Instituto para a Alta Cultura (1936-1942), assumindo importante papel nos primórdios das políticas de ciência no Portugal Contemporâneo. 
Fruto da sua ação no seio desses organismos, em que desempenhara já um papel para a própria criação deste gênero de agências de ciência, Celestino da Costa deixou importantes documentos de política científica, em que se abordam questões como a criação de uma carreira de investigador – independente, do ponto de vista administrativo e científico, da carreira acadêmica –, a modernização dos espaços de investigação (ie infraestrutura científica) ou ainda importantes aspectos acerca da relação entre ensino superior e investigação científica. 
Celestino da Costa deixou extensa obra advogando uma ampla e profunda reforma educativa, reforma que tinha como eixo central a implantação de hábitos de investigação científica, sintonizando a comunidade científica nacional com os desenvolvimentos e círculos da ciência internacional. O seu projeto reformador tinha, como tela de fundo, o intuito de uma reforma intelectual e um papel central na mudança da mentalidade nacional e, deste modo, de uma revolução cultural na linha do que defenderam setores da intelectualidade portuguesa pelo menos desde a Geração de 70.

 Data: 15 de Abril de 2014.

  Leitura obrigatória 
  • COSTA, Augusto Celestino da, 1951. Fomento e Organização da Investigação Científica. O Caso Português. Ciência e Cultura, v. 3, n.º 3, pp. 194-207.

Bibliografia adicional
  • COSTA, Jaime Celestino da, 2000. A Geração Médica de 1911. Origem, Realização e Destino. Lisboa: Faculdade de Medicina.
  • COSTA, Augusto Celestino da, 1939. O problema da investigação científica em Portugal. Relatório Instituto de Alta Cultura. Lisboa: IAC.
  • COSTA, Augusto Celestino da, [1918]. A Universidade Portuguesa e o Problema da sua Reforma. Conferências feitas em 19 e 22 de Abril de 1918 a convite da “Federação Académica de Lisboa”. Porto. Anais. Porto: Tip. “Renascença Portuguesa”, [s. d.].
  • COSTA, Augusto Celestino da, [1945]. Ensino Superior e Investigação Científica. Conferência realizada em 5 de Fevereiro de 1945 na Escola Superior de Medicina Veterinária. Lisboa. Anais. Lisboa: Tip. Freitas, [s. d.].